Apesar da expectativa, os trabalhadores da limpeza urbana continuarão de braços cruzados em centenas de municípios do Estado de São Paulo. Isso porque o sindicato patronal (Selur) não quis atender a proposta sugestiva do Tribunal Regional do Trabalho (9,5%), limitando-se a oferecer 8,5% à categoria.
Enquanto o Selur insiste na inflexibilidade, o sindicato ‘Siemaco ABC’ buscou solução para o imbróglio e reuniu-se com as prefeituras e empresas de coleta para negociarem isoladamente, fechando um acordo de reajuste de 9,5%. As demais cidades, no entanto, continuam com a paralisação.
Na tarde dessa terça-feira (31), aconteceu a terceira audiência de conciliação entre a federação que representa todos os sindicatos da categoria (Femaco) e o sindicato patronal (Selur) no Tribunal Regional do Trabalho. Sem grandes avanços, e considerando a reunião que acontecia ao mesmo tempo no ABC, a audiência foi remarcada para a próxima segunda-feira (06).
“É lamentável a insensibilidade do sindicato patronal para com a categoria. Esses profissionais trabalham arduamente, faça chuva ou faça sol, coletando, individualmente, cerca de 2,7 toneladas de lixo todos os dias. Pedimos um reajuste justo e não mais do que merecido, mas eles têm se mostrado intransigentes. Quem perde com isso? A população”, afirmou o presidente da Femaco, Roberto Santiago.
“Exemplo da irredutibilidade do Selur é o que aconteceu com as cidades da Grande ABC. Todas as Prefeituras estavam dispostas a negociar e a oferecer um percentual mais atrativo aos trabalhadores, mas o patronal não cedia. Prova disso é que acabaram de fechar um acordo de 9,5%, enquanto o Selur, até o presente momento, insistia aos 7,68% e só agora avançou aos 8,5%. As negociações com as demais cidades vão continuar na semana que vem”, concluiu.
